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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Memórias de leitor

Foi de tanto ouvir histórias na beira do fogão à lenha ou da máquina de costura que fiz minhas primeiras viagens por um passado que não era meu, mas do qual tomei posse através daqueles relatos cheios de aventura, drama, comédia, enfim todos os gêneros que contados por minha mãe eram ricos em detalhes, afinal ouvir histórias da mãe nos dá a oportunidade de perguntar o tempo todo, fato que dá origem a notas de rodapé da oralidade.
Depois veio a escola primária, com professoras inesquecíveis como Dona Maria da Luz, a que me deu o primeiro livro “Alice no País das Maravilhas” (ainda tenho contato com ela), ele veio de presente em meu aniversário, era MEU, embrulhado em um bonito papel, é claro que o DEVOREI, depois dele vieram os gibis, as fotonovelas e até os almanaques de farmácia, livros de histórias infantis cheios de lindas gravuras e com letras enormes. No ginásio (assim era denominado o que hoje corresponde ao ensino de 5ª à 8ª séries) lia os benditos livros obrigatórios, os mesmos que são pedidos até hoje, não tinha nem um interesse por aquelas leituras, mas os lia apenas pela obrigação. Gostava mesmo era de ler livros de aventura, romances, mas faltava dinheiro para comprar, então ia mais cedo para o colégio e fazia visitas constantes à livraria que ficava ao lado para ler os livros que ficavam na estante e que enchiam meus olhos de curiosidade, mas um belo dia fui descoberta lendo aqueles tesouros sem tê-los adquirido e fui convidada a me retirar da livraria. Comecei a freqüentar as bibliotecas públicas, assim poderia ler sem constrangimentos. Depois disso vieram Agatha Christie, e toda uma gama de Best Sellers, Seleções, até que por fim já na graduação li todos os livros indicados desde alguns cantos da Ilíada de Homero passando por Camões, José de Alencar, Machado, Edgar Allan Poe, Shakespeare entre tantos outros que fizeram da obrigação da leitura um grande prazer. Hoje releio textos de que gostei muito, tenho livros que ainda não li (por absoluta falta de tempo), mas que estão lá, na estante, esperando por mim.
Não dou aulas, mas fiz alguns leitores no meu trabalho que na época da graduação liam tudo o que eu lia de tanto me ouvirem comentar a respeito daquilo que eu estava lendo e gostando tanto, e até hoje ainda me pedem para que lhes indique algum livro “legal” como aqueles.

Eleana Aparecida Rosendo Hoffmann

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Sou um pouco de tudo misturado como um monte de coisas que ganhei de pessoas que passaram pela minha vida e com um toque de acaso na tarde confusa que nao sei como me definir