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terça-feira, 2 de junho de 2009

A influência do Conto Popular na leitura de livros

A influência do Conto Popular na leitura de livros

Eu nasci numa pequena cidade do Estado do Paraná, chamada Guaíra, que tinha, até inundarem criminosamente, uma das mais belas Cataratas do mundo “o Salto das Sete Quedas”.
A minha infância nessa cidade foi muito feliz e tranquila, pois naquela época Guaíra era uma cidade pacata e desconhecida, mergulhada numa natureza exuberante.
Como a população era pequena quase todos se conheciam e viviam num clima de cordialidade e irmandade. As famílias tinham o hábito de se sentarem em frente as suas casas para ouvir as histórias contadas pelos mais antigos.
Eu me lembro que todas as noites, enquanto os adultos ouviam as histórias dos mais velhos, as crianças brincavam. Como eu não queria perder nenhuma das histórias contadas, eu ficava bem quietinho entre os adultos, tentando passar despercebido, para não me mandarem brincar com as outras crianças.
Foi ouvindo essas histórias empolgantes, que iam desde passagens pitorescas vividas pelos participantes em suas viagens, pescarias e caçadas em matas desconhecidas até relatos de contos extraídos de livros, que eu comecei a me interessar por livros.
O meu primeiro livro eu ganhei do meu pai quando tinha apenas cinco anos. Era um livro para crianças, com gravuras coloridas e uma história escrita. Como eu ainda não sabia ler, pedia para qualquer um ler para mim. De tanto ouvir a mesma história decorei tudo que estava escrito no livro, e então associando as gravuras com o texto já decorado, passei a contar a história para os outros, dando a impressão que estava lendo fluentemente o meu próprio livro.
Mais tarde aprendi a ler, mas nunca deixei de escutar empolgadamente as histórias contadas pelos moradores mais antigos da minha cidade.
Porém chegou o dia em que minha família resolveu mudar para Curitiba, onde, segundo meus pais, tinha mais recursos para o prosseguimento dos estudos meu e de meus irmãos.
Foi muito triste ter que deixar a minha cidade Natal, mas não tinha outro jeito, já que era para o bem do nosso futuro.
E coincidentemente nessa época, meu irmão mais velho comprou uma coleção de livros chamada “O Tesouro da Juventude”.
Chegando em Curitiba, encontrei um ambiente totalmente diferente do que eu vivia na minha cidade, já não tinha todos os amigos ao meu redor e também não tinha mais as histórias contadas pelos inesquecíveis moradores da minha cidade.
Foi então, que eu me aproximei pra valer do meu mais novo amigo: “O Tesouro da Juventude” e assim iniciei um relacionamento muito forte com os livros dessa coleção, bem como, com outros livros que ia adquirindo.
Hoje em dia, confesso que não leio muito, leio apenas livros acadêmicos por necessidade, pois a vida nos empurra para várias atividades e compromissos, ficando a leitura prazerosa sempre para segundo plano.
Mas no fundo, sempre tenho vontade de reviver a época em que as histórias contadas faziam parte da minha alegria de viver e os livros lidos, como amigos eternos, me levavam para mundos desconhecidos, com histórias empolgantes e emocionantes.


: IVO WALDIR SUARES

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Sou um pouco de tudo misturado como um monte de coisas que ganhei de pessoas que passaram pela minha vida e com um toque de acaso na tarde confusa que nao sei como me definir